Muito além do mar das sete cores: dicas de roteiro pela Colômbia

Texto e fotos Mariana Perassa

Colômbia é um país cheio de belezas, diversidade, cultura rica e um povo muito amável e receptivo. Com um mix de litoral e cidade grande, o difícil é selecionar quais cidades se deve visitar. Conheci o país entre dezembro e janeiro durante 10 dias e optei por San Andrés, Cartagena e Bogotá por serem três lugares completamente diferentes, uns com culturas mais marcantes e outros já dominados por turistas (principalmente nessa época do ano, considerada alta temporada).

San Andrés

A Ilha no Caribe colombiano apresenta altas temperaturas durante todo o ano. Seja no inverno ou no verão, prepare-se para sentir um calor de pelo menos 27ºC. No final de dezembro pegamos dias em que o clima variava de chuva a um céu totalmente aberto, mesmo que considerado a época mais indicada para visita. As hospedagens na ilha são caras e pouco luxuosas, então buscamos pela melhor localização (na orla da praia principal Spratt Bight, zona central).

San Andrés. Foto: Mariana Perassa

Do azul profundo ao verde translúcido, a existência do mar de sete cores é evidente e isso se deve aos arrecifes de coral. Na temperatura certa, não da vontade de arredar os pés da água.

Logo no primeiro dia alugamos um carrinho conhecido por lá como mula e fizemos um tour pela ilha guiado por nós mesmos com um mapa em mãos. Os pontos principais estão sinalizados e não tem erro, sem contar o trajeto que pede por um “pitstop” a cada minuto.

San Andrés: Foto: Mariana Perassa

Para mergulho de snorkel, muito se falava em La Piscinita por ter uma variedade maior de peixes. O lugar reúne apenas um restaurante com uma muralha de pedras e escadas para o mar e a entrada custa em torno de 5 mil pesos colombianos ($ 1 é o equivalente a R$ 0,0012) . Logo adiante encontra-se West Point View, espaço particular com um trampolim, um tobogã direto para água do mar, opções de mergulho com cilindros e escafandros. Além de ter muito mais infraestrutura e atividades dinâmicas, o local possui um estacionamento em frente, mesmo valor de entrada de La Piscinita, mar tão lindo quanto e atendentes extremamente atenciosos.

Outro ponto que nos gerou curiosidade foram os museus. Por lá encontramos duas opções: Casa Museu Isleña e Cueva de Morgan. Optamos pelo segundo por ser mais descontraído, cheio de comidas e bebidas típicas, danças e lendas representadas em cavernas piratas.

Cueva Del Morgan, San Andrés. Foto: Mariana Perassa

Nos demais dias tivemos a infelicidade de pegar um tempo ruim. Por mais que o céu estivesse limpo, o vento era tanto que não conseguíamos ficar na areia da praia, os passeios foram cancelados devido ao mar agitado e os mergulhos não valiam a pena pela água turva. Nossa opção foi usufruir de um “Day use” no Hotel Decameron Isleño (all inclusive, ótima opção). Outra dica são as lojinhas e duty frees espalhados pela orla, com preços ótimos e bastante variedade.

Entre os restaurantes, recomendo fortemente o La Regatta, que serve comida típica com muitos frutos do mar, e os restaurantes do Hotel Casablanca (são três, conectados e cada um com uma cozinha diferente, internacional, italiana e asiática).

Restaurante La Mulata, San Andrés. Foto: Mariana Perassa

Cartagena

Dedicar apenas três dias para a charmosa cidade colombiana foi nosso maior erro. Com o objetivo de passar a virada do ano, chegamos no dia 29 de dezembro e partimos no dia 01 de janeiro. Diferente das festas brasileiras de réveillon, em que o ponto forte é o Open Bar, pouquíssimas são as festas que disponibilizam esse serviço por lá. Os preços são similares aos do Brasil – se não mais caros – e os pacotes incluem entradas, pratos principais, sobremesas, taça de champagne e muitos adereços (óculos, chapéus, gravatas coloridas, apitos, etc). As praças ficam repletas de pessoas, fogos, música e muita dança e foi a nossa escolha para iniciar 2019 com o pé direito, imersos na cultura colombiana.

Ficamos hospedados ao lado da Cidade Amuralhada (parte enorme da cidade rodeada por muralhas antigas), onde fica o centro histórico com casarões coloniais, ruelas coloridas e sacadas cobertas por flores. O que não falta por lá é opção pra comer, beber, ir às compras e admirar o artesanato colombiano (amantes de decoração, preparem seus corações). Uma das dicas é o Café Del Mar, bar situado ali mesmo no centrinho onde assisti ao pôr do sol mais lindo que já vi. Para os amantes de um bom café, o premiado Café San Alberto também vale a parada. Mais no final da orla fica o bairro de Bocagrande com um ar mais contemporâneo –  na minha opinião, não vale perder o dia por lá.

Cidade Amuralhada, Cartagena. Foto: Mariana Perassa
Café Del Mar, Cartagena. Foto: Mariana Perassa

As ilhas próximas a Cartagena são imperdíveis, com hospedagens all inclusive, luxuosas e de uma paz sem igual. Minha sugestão seria passar uns três dias curtindo o mar e a natureza e o que cada uma delas tem a oferecer. Aos que, assim como eu, vão ter pouco tempo na cidade, empresas de turismo vendem pacotes de Day use na maioria desses hotéis (em uma área separada dos hóspedes mas tão maravilhosa quanto). Como primeira opção tínhamos pensado em Coralina Island, mas por ser muito privativa não conseguimos vaga (recebem somente 18 pessoas por dia, sugiro pesquisar com antecedência essa em especial). Dentre todas as outras, optamos por Isla Del Encanto, super aconchegante, mar cristalino e com um restaurante muito bom (vale experimentar o drink de phisalys, fruta típica de lá).

Isla Del Encanto, Cartagena. Foto: Mariana Perassa

Por ser conexão, ficamos três dias em Bogotá e surpreendeu (sou suspeita, amo cidade grande). Lá tudo é muito distante mas o Uber funciona bem e diferente de San Andrés, os hotéis são ótimos por preços super acessíveis.

Nos hospedamos em um bairro chamado Chapinero, com avenidas largas, arborizadas e parques agradáveis pra passar o dia (em especial o Parque 93, de se perder com tanta opção boa de restaurante). Outro bairro legal de visitar é a Zona T (onde ficam os bares, lojas de grife e night clubs) com uma parada obrigatória no Andrés DC, um restaurante de quatro andares e decoração temática que remete à obra “Divina Comédia”. Cada andar recebe o nome de uma passagem do livro: El Infierno, La Tierra, El Purgatório e El Cielo. O cardápio mais parece uma revista em quadrinhos com uma infinidade de opções e até mesmo o banheiro é de pregar os olhos com tantos detalhes.

Para passar o dia, a pedida é o bairro La Candelaria, onde fica o antigo centro histórico com casas coloridas, museus, arte urbana, e nas proximidades do Morro de Monserrate. Suba de funicular e não abra mão do primeiro vagão na descida, programe-se pra pegar o pôr-do-sol lá de cima, a vista é linda e nesse horário fica ainda mais. Em Bogotá as temperaturas são baixas nessa época do ano, em torno de 10 a 20 graus e lá em cima é ainda mais frio.

Restaurante Andrés DC, Bogotá. Foto: Mariana Perassa
La Candelaria, Bogotá. Foto: Mariana Perassa
Morro de Monserrate, Bogotá. Foto: Mariana Perassa

Por último e acredito que mais importante, fomos visitar a Catedral de Sal, considerada a primeira maravilha da Colômbia. Fica em outra cidade chamada Zipaquirá e o acesso de taxi é em torno de R$ 200 reais o trecho (opte pelo Uber, pagamos bem menos que a metade). Construída no interior de uma mina de sal, faz memória a Via Sacra de Jesus Cristo mas independente de religião, é um turismo cultural, histórico e geográfico diferente de tudo o que eu já vi.

Catedral Del Sal, Zipaquirá. Foto: Mariana Perassa
Catedral Del Sal, Zipaquirá. Foto: Mariana Perassa

 

 

 

 

 

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Escrito por Mariana Perassa

Graduanda de Engenharia de Transporte e Logística pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. Já morou em Nova Iorque, Califórnia e França e atualmente divide-se entre Joinville e Florianópolis. Apaixonada por viagens, cultura, inovação e comunicação.

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