Texto de Mariana Perassa*
Não é novidade que nossos hábitos de consumo são uma forte ameaça a várias formas de vida no planeta. Aparentemente inofensivos, os canudinhos de plástico usados no dia a dia são considerados grandes poluidores ambientais. Com uma utilidade prática de em média 4 minutos e vida útil de longo prazo no meio ambiente, a maior parte deles – por não serem biodegradáveis – se acumulam em lixões, aterros e mares. Em um país como os Estados Unidos, por exemplo, são usados cerca de 500 milhões de canudos por dia. No mundo inteiro, diversos projetos são criados para conscientizar a população e os donos de estabelecimentos comerciais a respeito do problema ambiental causado pelos canudos de plástico.
Assim como a Costa Rica (pioneira) e outros países, está em tramitação um projeto de lei na Califórnia que penaliza com multas ou até seis meses de prisão os estabelecimentos que oferecerem canudos aos clientes. A lei não deverá banir o uso dos mesmos, mas fazer com que sejam oferecidos somente quando solicitados pelo cliente.
A boa notícia é que essa prática já pode ser vista também no Brasil. Como exemplo de uma realidade próxima, temos em Florianópolis o recém aberto restaurante Botânico, que leva consigo o conceito de colheita criativa. Os sócios Lucas Sandim e Kim Rebourg prezam por uma alimentação com cores e sabores – tendência evidente no setor gastronômico – onde a saúde e sustentabilidade andam lado a lado. A fim de construir um consumo consciente e criar uma maneira de impactar o mundo, abandonaram o canudo plástico, substituindo o mesmo pelo de vidro. Também é possível adquirir o kit (canudo, limpador e estojo), da marca carioca Mentah, vendido por R$ 45 na lojinha do estabelecimento.
Os canudos contêm frases de inspiração como “Keep earth sexy”, “Não polua, evolua” que além de servir de reflexão, tornam o adorno ainda mais charmoso. Além de serem os primeiros – e parece que os únicos até o momento – revendedores em Florianópolis, incentivam seus clientes a levarem seus próprios recipientes, não vendem água em garrafas plásticas (disponibilizam água filtrada gratuitamente) e possuem um projeto de compostagem para o destino dos resíduos gerados.
Os sócios ainda pretendem adquirir também canudos de inox, tentando a cada dia incentivar mais pessoas a questionarem-se sobre a real necessidade da utilização de embalagens plásticas.