Segundo o relatório A Nova Economia Têxtil: Redescobrindo o Mundo da Moda, publicado pela Fundação Ellen MacArthur, criada na Inglaterra em 2010 com a missão de acelerar a transição rumo a uma economia circular, a cada segundo o equivalente a um caminhão de lixo cheio de sobras de tecidos é queimado ou descartado em aterros sanitários. Um impacto preocupante no meio ambiente e que nos leva a questionamentos com relação à indústria da moda e nossa responsabilidade como consumidores diante deste cenário.
Seguindo o movimento (ainda tímido, porém promissor) de vários setores da indústria sustentável, que utiliza materiais descartados como compostos de seus produtos, a Rust Miner, marca catarinense da dupla criativa Léo Begin e Raphael Fagiolo, lançou a coleção Regresso.
Diferentemente das demais criações da marca, feitas usando a técnica conhecida como Upcycling (que consiste em reutilizar material descartado na sua forma original para criar outros produtos), a nova coleção representa uma nova era para marca: o processo de reuso Downcycling (o material é processado para dar origem a um novo produto).
Na nova coleção, são utilizados retalhos de tecidos descartados no processo de corte da industrial têxtil – estima-se que mesmo com as mais modernas tecnologias em modelagem e corte , cerca de 20% a 30% dos tecidos são descartados ainda no processo de corte das peças.
Os pequenos retalhos que iriam para o lixo, são selecionados, separados por cor, triturados e “regressam” em forma de colares, pulseiras e brincos. Cerca de 70% das peças são compostas pelos retalhos de tecidos que são misturados com massa acrílica colorida desenvolvida pela marca, uma combinação de técnicas como a maché e feltragem, resultando em contas leves e firmes que integram colares, pulseiras e brincos de diferentes cores e tamanhos.
Cada conta é criada manualmente e transpassada por linhas na cor prateada que substituem as correntes e cordões de metais.
Confira um vídeo sobre o processo de criação da coleção: