Charlize, pancadaria e neon: por que Atômica estreia com status de um dos melhores blockbusters do ano – Laura Coutinho

Texto de Rodrigo Kurtz*

Atômica, que estreia nos cinemas nacionais dia 31 de agosto, tem em sua personagem principal o trunfo de uma atriz compenetrada e comprometida ao papel. O que Charlize Theron tem feito nos últimos anos, ao escolher no campo da ação suas heroínas ou vilãs, é perseguir o sonho da maioria das estrelas hollywoodianas: a serenidade e o contracheque de uma franquia.

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Mad Max: Estrada da Fúria e Velozes e Furiosos 8 foram caminhos para este thriller com alma de HQ, que a própria Theron produziu durante cinco anos, sem muito buzz, com bastante garra e treinamentos marciais excruciantes.

No papel da espiã Lorraine Broughton, ela nos convida à Berlim de 1989, pouco antes da queda do Muro e nos últimos dias da Guerra Fria. Sua missão é evitar que uma lista de agentes secretos britânicos caia nas mãos da inteligência russa.

Com um visual underground e encharcado de neon, o filme é – depois de Mulher-Maravilha – o blockbuster mais divertido do ano. E assim como a saga da Princesa Amazona, este é baseado numa graphic novel*.

A trilha sonora traz hits do New Order, The Clash, Queen e David Bowie, não só como meros acessórios. É a segunda estrela do filme e um dos motivos dele ser tão eletrizante. Destaque para Blue Monday, que abre o filme em sua versão original e também num cover contemporâneo mais soturno do Health lá pelo meio. Vale citar Father Figure, do George Michael, completamente subvertida em tema para uma pancadaria sensacional…

O que nos leva à terceira razão para conferir este filme: as cenas de ação.

Em sua aparição etérea e poderosa, Charlize Theron entrega com competência – e pasmem, figurinos chiquérrimos -, toda a violência que se espera em filmes do gênero. Há um plano-sequência de sete minutos(!) onde o espectador se esquece de respirar.

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Isso explica porque recentemente alguns executivos estavam fazendo campanha para que Charlize fosse a primeira mulher a interpretar 007 na tradicional franchise – o que não é uma má ideia, mas é redundante depois de Atômica.

Já se fala numa trilogia. Que venha!

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Laura Coutinho

Escrito por Laura Coutinho

Laura Coutinho é jornalista com mestrado em Relações Internacionais. Já morou em Porto Alegre, Londres e Lisboa e é apaixonada por viagens, gastronomia, cultura e inovação. Trabalhou mais de 15 anos no Grupo RBS como repórter, editora, colunista e assinou coluna social durante um ano no Jornal Notícias do Dia. Hoje, concilia a produção de conteúdo em site próprio com o trabalho de relações públicas.

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