Dica de filme: 3 ótimos longas que acabam de chegar à Netflix

Texto: Rodrigo Kurtz*

Escolher algo para assistir na Netflix às vezes é uma tarefa ingrata. Quantas vezes você se pegou circulando por horas na plataforma de streaming sem achar nada de interessante? Isso acontece porque o forte deles é seu conteúdo original e obras de distribuidores independentes.

Mas, para quem adora obras fora do convencional, existem pérolas a serem encontradas. A dica é explorar as categorias no computador e montar sua lista para ver na TV ou no tablet depois. 

Segue uma seleção peneirada entre os lançamentos que chegaram ao serviço nas últimas semanas e que trazem a ótica feminina em gêneros diferentes para quem está a fim de bom entretenimento. 

Agnus Dei: As Inocentes 

A descoberta de um santuário brutalmente violado é o ponto de partida deste sensível filme. Os eventos se passam na Polônia, no final da Segunda Guerra, quando uma jovem médica da Cruz Vermelha francesa é levada sob segredo a um convento onde diversas freiras estão grávidas, após terem sido violentadas por soldados russos. 

Anne Fontaine, que também é a diretora do ótimo Nathalie X, imprime uma força descomunal a essa história sobre vocações, sem jamais cair no sentimentalismo. É um filme tão gelado, desolado e silencioso quanto seu cenário, mas que não priva o espectador da capacidade humana de esperança e da fé.

O Mínimo Para Viver

A produtora Marti Noxon, uma das mentes brilhantes por trás da criação de Buffy, tem um currículo invejável como produtora e roteirista. Aqui, ela assina também a direção. Sua mistura com a Netflix gerou um filme capaz de sensibilizar em torno dos distúrbios alimentares, um tema que de modo geral é tratado como satélite em obras mais conhecidas – vide Garota Interrompida. 

Lily Collins vive uma artista em desvantagem preocupante em batalha com a anorexia. Ao internar-se numa clínica, o assunto desvela-se, mostrando outros casos num exercício válido de empatia.  

Corrente do Mal 

Uma das melhores coisas no gênero do horror é a tradição da subversão.  A capacidade de falar em metáforas ou em simbolismo, traduzindo às vezes nossos medos mais comuns em personificações. Em Corrente do Mal temos basicamente uma DST bancando o Jason Vorhees de “Sexta-Feira 13”. 

Após um inocente encontro sexual, uma garota acaba por descobrir que o seu ficante passou para ela uma maldição. Um monstro “freudiano”, que muda de forma de acordo com seu inconsciente, irá persegui-la e a menos que ela “transmita” para outro alguém, seu destino será nefasto.

Uma trilha sonora e fotografia setecentistas dão um clima noir de clássico slasher, típicos da década. Este filme é considerado um dos melhores do gênero nos últimos anos entre amantes do horror. 

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Rodrigo Kurtz

Escrito por Rodrigo Kurtz

Rodrigo Kurtz é designer gráfico, formado em Comunicação Social. Editou por alguns anos o caderno de variedades e cultura no finado jornal O Estado de Santa Catarina e colabora com a Revista Clube do Champanhe, onde é responsável pela direção de arte. Recentemente passou a explorar a ilustração, tendo como temas principais suas duas paixões: os gatos e o cinema.

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